Ano: 2024
Orientador(a): Acací de Alcantara

Resumo: O pensamento ecológico junguiano permitiu expandir a noção de psique para além da exclusividade humana, fora do espectro do Anthropos. Coloco em destaque as pedras e os minerais que nos convidam para uma decida ao subsolo psíquico junto aos mortos e aos fósseis. Apesar de retratarem substâncias consideradas sem vida, agem psiquicamente na massa indiscriminada do inconsciente e no invisível nos forçando a ouvir os seus lamentos e desejos. Busco enfatizar a necessidade de romper com barreiras e favorecer ampliações de consciência para o reconhecimento da pluralidade nas formas de existência humanas e não humanas propulsores de transformação ativa da paisagem e dos corpos em um emaranhado de contribuições interespécies, além o de rasurar as padronizações empobrecedoras de mundos. A tarefa fundamental deste trabalho é, portanto, falar sobre a potência do fracasso e da lentidão, e o reconhecimento da fertilidade do subsolo do reino dos minerais e da Não Vida no encontro arquetípico com os mortos. Procurei também enriquecer as figuras imaginativas com geontologias para combater visões de mundos atuais que elegem figuras restritivas de governabilidade e poder sobre outras formas de existência. Acredito que para a nossa sorte, debaixo da terra estremecida vivem as forças mais antigas e ancestrais de Geos, onde aconteceu o primeiro milagre da Vida que brotou da Não Vida. Ser pedra nos permite imaginar através de um olhar que enxerga na escuridão o potencial lento e criativo de transformação do aparentemente inerte.

Palavras-chave: psicologia analítica, geontologias, minerais, lentidão e morte.

Contato: daniela.laskani@yahoo.com.br