Ano: 2022
Orientador: Maria Paula M. Silveira Bueno Perrone

Resumo: Este trabalho teve por objetivo analisar o filme DOGVILLE, de Lars Von Trier, sob a perspectiva da psicologia junguiana. O filme se passa numa pequena e pobre cidade dos Estados Unidos e toda trama se desenvolve em torno da personagem Grace, uma forasteira que chega à cidade fugindo de bandidos. Pode-se descrever o tempo que Grace passa em Dogville como uma viagem iniciática, uma descida ao Hades, mas que, no fim, não se traduz em seu crescimento e possibilidade de individuação, pela unilateralidade e rigidez de sua persona, a negação da sombra e sua possessão. A partir de uma revisão de literatura da psicologia analítica , com destaque para as obras de Carl Gustav Jung, a análise do filme foi feita de forma sequencial, seguindo a própria cronologia dos capítulos e temas. O trabalho discutiu os conceitos de projeção, de persona, de sombra e sua ocorrência na vida cotidiana dos indivíduos. A discussão destacou ainda figuras mitológicas como Cérbero, Hades, Hybris, Hecate (a lua), o tempo, a obra alquímica. Encerrando a discussão, desenvolveu-se o conceito de bode expiatório, que define o filme como uma tragédia m que a tensão vai em um crescente até seu fim catártico. DOGVILLE pode ser considerado uma obra de arte, conforme entendimento de Jung sobre o tema. A conclusão responde a uma pergunta crucial feita pelo narrador onisciente.

Palavras-chave: projeção, persona, sombra, cérbero, hades, hybris.

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