Ano: 2025
Orientador(a): Profª Liliana Valéria Crisci Abeid 

Resumo: Este trabalho propõe uma reflexão sobre a cozinha como espaço simbólico e terapêutico, em diálogo com a alquimia e a psicologia profunda. Ao considerar o ato de cozinhar como um processo transformador, compreende-se que o preparo e o compartilhamento de uma refeição transcendem a técnica, tornando-se expressões de afeto, escuta e presença. A cozinha é abordada como um cenário arquetípico de transmutação em que o indivíduo, ao lidar com os alimentos e os elementos (fogo, tempo, aroma e textura) realiza, simultaneamente, um processo de elaboração interna. Inspirado na Opus Magnum da alquimia, o percurso culinário é interpretado como metáfora da jornada da alma, que parte de um estado fragmentado e bruto até encontrar integração e sentido. Essa jornada simbólica é estruturada com base no menu clássico francês de oito pratos (menu dégustation), no qual cada etapa representa uma fase da transformação psíquica. Ingredientes e gestos cotidianos assumem valor simbólico, revelando aspectos inconscientes e favorecendo o autoconhecimento. Assim, cozinhar torna-se um rito de transmutação psíquica e espiritual, no qual a alma encontra forma, calor e cura por meio da matéria. Ao final, a mesa se apresenta como espaço de comunhão e expressão do equilíbrio entre o consciente e o inconsciente; uma verdadeira celebração da inteireza do ser.

Palavras-chave: cozinha simbólica, alquimia, psicologia analítica, menu degustação e jornada da alma.

Contato: marianaleboreiro@gmail.com