Ano: 2024
Orientador(a): Carmen Lúcia do Carmo Marquez
Resumo: O funk carioca é um fenômeno imparável. Tomou conta dos morros, das paradas de sucesso, dos palcos do mundo. E continua seu percurso, chacoalhando corpos em cada canto do planeta. Nascido no Rio de Janeiro às margens da indústria oficial, foi desde o início porta voz dos marginalizados da cultura hegemônica: favelados, negros, pobres, bichas e mulheres. Num percurso interessantíssimo, tornou-se o lugar onde o feminino conseguiu se impor como voz, gesto e discurso. O objetivo deste trabalho é contar um pouco dessa história a partir de uma leitura imaginal, arquetípica, procurando entender, de um lado os motivos de tamanha repulsa, incompreensão e censura e de outro o quais são os elementos com que devemos nos relacionar, como país, que essa cultura nos devolve. O que está na sombra que tanto incomoda? Quais os aspectos de nossa alma que não queremos ou não podemos ver? No percurso da pesquisa, me deparei com algumas surpresas interessantes. A origem ancestral africana e religiosa da batida do funk. A possibilidade de aproximar as moças de shortinho do baile das bacantes e de Afrodite. A presença até então ignorada de uma trickster feminina e brasileira, a Pombagira. No funk e a partir do funk a alma brasileira é reimaginada, uma realidade multicolorida, cheia de humor e, por isso, tão potente e ameaçadora.
Palavras-chave: funk, cultura brasileira, anima mundi, Jung e Hillman.
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