Ano: 2017
Orientadora: Maria de Lourdes Bairão Sanchez

Resumo: O contato com crianças vítimas de violência, entregues ao destino e aos cuidados de Deus, incitou esse estudo. Inicialmente, encontramos um olhar panorâmico para os eventos exteriores e interiores, os quais constroem a realidade no desenvolvimento infantil. Focou-se na interação entre ambos e a possibilidade de ocorrer uma experiência traumática. Esta, como caminho de expressão do arquétipo Self, princípio organizador e regulador. Em seguida, pelos rastros das histórias infantis e crenças populares em relação à vivência traumática na infância, buscou-se compreender os efeitos sobre a psique em desenvolvimento, com a revisão de estudos sobre o trauma de Jung, Fordham e outros autores. Evidenciou-se a impossibilidade de se extirparem as vivências de conflitos de opostos na infância, pois estas fazem parte da vida da criança e estão presentes em todo seu desenvolvimento. A vivência de opostos introduzem a criança na experiência de Deus por meio das relações afetivas, no caminho – único e solitário – do processo de individuação. Explorou-se o trauma precoce, a importância das relações afetivas e, acima de tudo, resgatou-se o ponto de vista finalista da alma. Como Jung ensinou e que permite compreender os diversos caminhos durante o desenvolvimento infantil, sendo expressões simbólicas de um propósito de desenvolvimento contínuo. Semelhante a intenção de um arqueiro, o qual possui arco e flecha em suas mãos, para atingir seu alvo, não basta só fazer seu movimento, mas também precisa analisar o movimento do meio. Se acertará seu alvo ou não, não é algo controlável pela vontade, mas sim pelo destino.

Palavras-chave: Violência, trauma, desenvolvimento infantil, processo de individuação e destino.

Contato: kellen_so@yahoo.com.br