Ano: 2008
Orientador: Gelson Luis Roberto

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo a amplificação da visão do Transtorno Afetivo Bipolar, dentro do pensamento da Psicologia Analítica de C.G. Jung e da Psicologia Arquetípica de James Hillman. A motivação para a escolha do tema provém da própria prática clínica em consultório, devido a alta incidência de pacientes sofrendo o Transtorno Bipolar ou de pacientes que relatavam casos de familiares e amigos próximos sofrendo dessa patologia. Como o microcosmo reproduz o que se passa, positiva e negativamente, no macrocosmo e vice-versa, o trabalho busca amplificar esse conceito, utilizando idéias fundamentais tais como o conceito de arquétipo de C.G. Jung e o conceito de anima mundi de James Hillman, acreditando haver uma interligação entre as almas individual e do mundo. Através dessa interligação pode-se entender que as patologias apresentadas pelas psiques individuais referem-se aos mesmos sofrimentos da alma do mundo. A doença é aqui entendida a partir de um ponto de vista metafórico, baseado da crença de que a psique cria a patologia como uma forma de se expressar, individual e coletivamente. A partir deste ponto de vista, buscou-se um paralelo com a histeria e com a forma de como esta patologia trouxe, no final do século XIX, a mulher para o centro dos estudos psiquiátricos, ocasionando não apenas a liberação do feminino, mas, também, o avanço na compreensão dos distúrbios mentais. Os fenômenos depressivos e maníacos foram analisados através de uma leitura arquetípica, sendo usados os mitos de Crono-Saturno e Dioniso, respectivamente, numa tentativa de entender o que esta patologia está querendo mostrar na história do indivíduo e do mundo.

Contato: rosavalente@terra.com.br