Ano: 2017
Orientadora: Paula Pantoja Boechat

Resumo: De modo geral, as pessoas não se conhecem e estão vivendo de acordo com o coletivo, não conseguem escolher os caminhos profissionais de acordo com os seus desejos genuínos e subjetivos,  cedendo e  atendendo a padrões coletivos de felicidade. As escolhas profissionais refletem esta falta de individualidade. O processo de individuação é fundamental para o autoconhecimento e para a relação do sujeito com a vida e com suas escolhas profissionais. Buscar fundamentar a relação do sujeito com sua força interior,  identificação de seu poder pessoal para que assim ele possa conduzir sua vida pessoal e profissional de forma mais inteira e de acordo com  a sua subjetividade , é a  reflexão que farei neste trabalho. Quando há algum autoconhecimento e alguma força de ego, as escolhas estão em sintonia com o sentido da vida pessoal e do seu processo de individuação. Também discorro sobre a importância da função de eros e do arquétipo do herói para as tomadas de decisão na carreira e na vida pessoal Abordo sobre os tipos psicológicos e a  ferramenta MBTI     (Myers-Briggs Type Indicator), um teste baseado na teoria dos tipos psicológicos de C.G.Jung e muito utilizada hoje nas empresas, tanto para progressão na carreira como para planos de desenvolvimento. Abordo a forma que é aplicada esta ferramenta, muito mais com finalidades adaptativas à persona corporativa do que como desenvolvimento e autoconhecimento como propôs C.G.Jung na psicologia analítica. Trago para esta reflexão o conceito  “Roubo da Alma” baseado nos conceitos de psicologia arquetípica de James Hillman. Tanto o capitalismo como a educação institucionalizada, bem como os pais adaptados às regras atuais, roubam a alma do indivíduo, modelando seres adaptados à sociedade capitalista, implantando fortemente o conceito de “ser alguém na vida” como quem obtém sucesso profissional, completamente distanciado de sua própria vocação e essência. Aponto para possíveis saídas para o ambiente neurótico instalado nas empresas. Apresento como saída a criatividade e a busca do fazer artístico como possibilidade de conexão com a realidade interior. O fazer criativo precisa de um corpo para se manifestar, portanto, trago  a importância da conexão psique e soma, corpo criativo e corpo fazedor, como conexão com o Si-mesmo.  E nesta conexão com o Si-mesmo, podemos encontrar o caminho da espiritualidade, o religare, o caminho da individuação. Deixar de estar identificado com a persona e buscar um sentido para a vida ouvindo a voz interior, a vox Dei, é o caminho que sugiro como reflexão neste trabalho.

Palavras-chave: Persona, individuação, Daimon, ego e anima.

Contato: leizapereira@gmail.com