Ano: 2007
Orientador: Áurea Roitman

Resumo: Este trabalho relata e sistematiza o processo de criação espontânea de um novo clínico desenvolvido em meu consultório. Atenta ao que minha psique e a dos meus pacientes solicitavam escutei e acolhi as imagens que emergiam do encontro de nossas subjetividades fornecendo ferramentas para que elas encontrassem outras formas de expressão, além da linguagem verbal. O trabalho consiste em uma pequena caixa de areia e materiais simples como pedras, conchas, gravetos, bolinhas de gude e rastelos. O material, que fica acessível ao paciente para que possa brincar com ele durante a sessão, acompanha e complementa a análise verbal sem alteração do setting analítico. Surgem imagens na areia que provocam e revelam imagens do próprio encontro. Tais imagens com sua força simbólica viva revelam a função transcendente do encontro analítico. A utilização do trabalho na areia e muitas vezes apenas sua presença no setting, levam através da brincadeira, regressão e conteúdos inconscientes constelados, a atenção analítica para as imagens do corpo sutil que emergem na terceira zona ou espaço intermediário. Através do trabalho na areia encontrei uma forma própria e rica de perceber e lidar com a transferência e contratransferência, dentro de uma leitura junguiana.

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