Ano: 2014
Orientador: Clenir Bueno

Resumo: Os psicoterapeutas, atualmente, são chamados, cada vez mais, a refletir sobre a importância da alma e da espiritualidade. Problemas como desespero, vazio, desesperança e falta de conexão com os outros são frequentemente expressos em psicoterapia nos nossos dias. Portanto, nos perguntamos, constantemente, como melhor ouvir a alma de nossos pacientes. Jung ensina que devemos manter uma escuta livre de preconceitos, entendendo que cada um de nós possui uma trajetória espiritual única e a ela precisa ser fiel. Ele descobriu que “ideias emocionais maiores e universais” como a existência de Deus, por exemplo, são elementos estruturais da psique e, portanto, necessárias ao seu funcionamento normal. Identificou que a psique tem uma função religiosa intrínseca, uma tendência natural e espontânea a produzir experiências religiosas. Os símbolos do Self, que ocorrem nos sonhos, por exemplo, são reconhecíveis por suas qualidades numinosas ou espirituais, já que elas suscitam emoções de reverência e mistério. Assim, ao encontrar o sagrado profundamente enraizado no nosso interior, através da exploração cuidadosa de nossos sonhos, visões, produções criativas, fantasias ou reflexões sobre nossa própria história – como ocorre numa psicoterapia que contemple o referencial da psicologia analítica -, desenvolvemos uma atitude verdadeiramente espiritual que nos permite melhor compreender (e elaborar) o sofrimento humano, o mal e as experiências transpessoais sem a necessidade de recorrer a sistemas “doutrinários” externos e, portanto, com menos risco de sermos “capturados” pelo coletivo cedendo às pressões do ego. Desta forma, abrimos caminho para uma espiritualidade mais madura, para a vivência interna de integração do sentimento de conexão e propósito que tanto buscamos e que é gerador de sentido para a existência. Enfim, para a cura de nossas almas.

Contato: anahyfonseca@gmail.com