Ano: 1995
Orientador: Roberto Gambini

Resumo: Este ensaio procura uma abordagem psicológica a The Waste Land (A Terra Devastada), de T. S. Eliot, um “poema forte”, como quer Harold Blomm, publicado originalmente em 1922, com especial atenção à questão do mito e de como o mito é utilizado para representar realidades psicológicas dentro do contexto do trabalho criativo. A intenção é traçar um paralelo com as idéias de Carl Gustav Jung, uma vez que Eliot, particularmente nesse poema, parece apresentar, no contexto da literatura, algumas dessas idéias no que diz respeito à psique individual e coletiva. Há, além disso, uma vinculação com as reflexões originadas a partir do pensamento e da obra de James Hillmann, obra que, em diversos aspectos, elabora uma contribuição significativa ao campo da psicologia junguiana. O poema de Eliot nasce da elaboração de imagens e padrões imaginativos que fluem a partir do inconsciente, o que se convencionou chamar de “literatura imagista” ou Imagismo. Da perspectiva da alma, essa literatura apresenta uma consciência que poderíamos chamar, com Henri Corbin, de imaginal e propicia, nesse sentido, uma reflexão genuinamente psicológica, The Waste Land avança profundamente essa consciência que é, a um só tempo, imaginal e mítica, influenciando assim, de modo significativo, literalmente toda a poesia escrita depois dele. A intenção não é a crítica literária, mas a reflexão psicológica, a reflexão que envolve as imagens e as experiências para a alma e que, ao fazê-lo, espera criar alma.

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