Ano: 2021
Orientador: Tereza Caribé

Resumo: Esse trabalho tem como objetivo buscar uma aproximação entre a literatura e a psicologia analítica a partir das vozes de seus autores. Certos de que podemos encontrar inspiração e aprendizado para a prática clínica junguiana, a partir das experiências vivenciadas pelos autores ficcionais no exercício da criação literária e no ato de ler como uma forma de escuta. No sentido desta aproximação, buscaremos pontos de intersecção entre a psicoterapia junguiana e a literatura a partir de três analogias: o espaço clinico como espaço literário, a imaginação como método e o analista como leitor, onde a dimensão imaginativa da alma – polifônica, plural, inventiva e autônima –  se  apresenta como sentido básico em ambos os campos. Jung nos guia para o cultivo da alma, para a realidade psíquica, através da sua força mitopoética, onde reina a fantasia. O mesmo nos pede a literatura no seu pacto ficcional. As histórias biográficas são matéria-prima para a psicoterapia. Cada paciente retoma a tradição oral de contadores de histórias, re-contando a vida, onde verdades e mentiras se fundem no tecido da memória. Os escritores conscientemente mentem dizendo verdades, nossos pacientes conscientemente dizem a verdade, enquanto, inconscientemente, mentem. A literatura como inspiração para a prática clínica, pressupõe que através da elaboração lírica e ficcional dos romancistas podemos aprender um pouco mais, a penetrar na realidade psíquica, vista aqui a partir da perspectiva da psicologia analítica, desenvolvida por Jung e revisitada pelos pós-junguianos.

Palavras-chave: literatura, psicoterapia e psicologia analítica.

Contato: liliagramacho@hotmail.com